Burnout afeta cerca de 70% dos trabalhadores — Brasil em segundo lugar global
Postado em 16/09/2025
Síndrome do esgotamento profissional preocupa especialistas; psicologia alerta para impactos no bem-estar e na produtividade.Brasil em segundo lugar no ranking global de acordo com a International Stress Management Association (ISMA), aproximadamente 30% dos trabalhadores brasileiros apresentam sintomas de burnout, colocando o Brasil em 2º lugar no ranking mundial.A sobrecarga de tarefas, longas jornadas, pressão por resultados e a dificuldade em equilibrar vida pessoal e profissional são alguns dos fatores que explicam esse cenário preocupante. Com a aceleração das demandas digitais e o aumento do trabalho remoto, os limites entre descanso e atividade se tornaram cada vez mais tênues, potencializando os casos.No Brasil, a situação se agrava em setores como saúde, educação, comunicação e tecnologia, em que o excesso de demandas e a sobrecarga emocional são constantes. Para a psicóloga organizacional Ana Luiza Torres, o fenômeno deve ser tratado como um problema de saúde pública:“O burnout não é apenas cansaço. Ele traz prejuízos físicos, emocionais e sociais, podendo evoluir para quadros graves de depressão e ansiedade. A psicologia tem um papel fundamental na prevenção, mas também precisamos de políticas de trabalho mais humanas.”Além dos impactos individuais, os efeitos econômicos são significativos: o absenteísmo, a queda de produtividade e os afastamentos por licença médica representam prejuízos bilionários ao mercado de trabalho.O que é o burnout?Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um fenômeno ocupacional, a síndrome de burnout se manifesta por meio de:Exaustão física e emocional;Sensação de ineficácia no trabalho;Perda de motivação e distanciamento das atividades;Queda no desempenho profissional e impactos na vida pessoal.Além dos danos psicológicos, o burnout pode levar a problemas de saúde física, como distúrbios do sono, gastrite, hipertensão e enfraquecimento do sistema imunológico.A Psicologia como aliadaNeste cenário, a Psicologia tem um papel fundamental na prevenção e no tratamento do burnout. Profissionais da área oferecem suporte por meio de:Psicoterapia individual: espaço seguro para compreender as causas do estresse, ressignificar experiências e desenvolver estratégias de enfrentamento;Técnicas de manejo da ansiedade e do estresse, como respiração, relaxamento e mindfulness;Promoção do autoconhecimento, auxiliando o trabalhador a identificar seus limites e estabelecer fronteiras saudáveis;Apoio organizacional, ajudando empresas a criar ambientes de trabalho mais saudáveis e sustentáveis.Caminhos para enfrentamentoAlém do acompanhamento psicológico, especialistas recomendam algumas práticas cotidianas para reduzir o risco do burnout:Estabelecer pausas regulares durante a jornada;Manter hobbies e atividades prazerosas fora do trabalho;Priorizar o sono e a alimentação equilibrada;Conversar abertamente sobre dificuldades com gestores ou colegas;Reconhecer que buscar ajuda profissional não é sinal de fraqueza, mas de cuidado consigo mesmo.O aumento dos casos de burnout revela a urgência de repensar a forma como lidamos com o trabalho e a saúde mental. Empresas, gestores e colaboradores precisam atuar juntos para criar um ambiente mais humano e equilibrado. E, nesse processo, a Psicologia surge como um suporte indispensável para ajudar trabalhadores a reencontrar o equilíbrio entre produtividade e bem-estar.